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Quatro anos de felicidade!!!




sábado, 21 de março de 2009

Ilha Esme

- Eu estava me perguntando - Edward disse lentamente. - se... Primeiro... talvez você goste de um mergulho à meia noite comigo?. - Ele respirou profundamente, e a voz dele estava mais tranqüila quando ele falou novamente. - A água estará bem quentinha. Esse é o tipo de praia que você aprovaria.
-Parece bom - Minha voz se quebrou.
-Eu tenho certeza que você gostaria de um ou dois minutos humanos... Foi uma longa viagem.
Eu balancei a cabeça rigidamente. Eu mal me sentia humana; talvez alguns minutos a sós me ajudassem.
Os lábios dele alisaram a minha garganta, logo abaixo do meu ouvido. Ele riu uma vez e sua respiração fria fez cócegas na minha pele esquentada.
- Não demore muito, Sra. Cullen.
Eu pulei um pouco pelo som do meu novo nome.
Os lábios dele desceram no meu pescoço até o topo do meu ombro.
- Eu vou esperar por você na água.
Ele passou por mim indo até as portas francesas que se abria dando diretamente para a noite enluarada. O ar pesado, salgado, entrou no quarto atrás dele.
A minha pele ficou em chamas? Eu precisei olhar para baixo para checar.
Não, eu não estava queimando. Pelo menos, não visivelmente. Eu me lembrei de respirar, e aí cambaleei em direção à mala gigante que Edward tinha deixado aberta sobre uma penteadeira baixa. Ela devia ser minha, pois a minha familiar bolsa de utensílios de higiene estava em cima dela, e haviam muitas coisas cor de rosa por ali, mas eu não reconheci nada que pudesse ser uma roupa. Enquanto eu escavava as pilhas cuidadosamente arrumadas – procurando alguma coisa familiar e confortável, um par de calças de moletom, talvez – eu me dei conta que havia uma quantidade absurda de laços e cetim sedoso em minhas mãos. Lingerie. Lingerie com cara de lingerie, com etiquetas francesas.
Eu não sabia como e quando, mas algum dia, Alice ia pagar por isso.
Desistindo, eu fui para o banheiro e dei uma espiada pelas longas janelas que se abriam para a mesma praia que se abriam para as portas francesas. Eu não conseguia vê-lo; eu imaginei que ele estivesse lá na água, sem se incomodar em respirar. No céu lá em cima, a lua estava minguante, quase cheia, e a areia estava numa cor branca e brilhante sob seu brilho. Um pequeno movimento chamou minha atenção. Seguras com uma espécie de laço em uma das palmeiras que margeavam a praia, o resto das roupas dele estavam balançando com a brisa suave.
Uma onda de calor passou pela minha pele novamente.
Eu respirei fundo duas vezes e fui para o espelho acima da longa fila de armários. Eu estava exatamente com a cara de quem passou o dia inteiro dormindo num avião. Eu encontrei minha escova e a passei com força nos bolos de cabelo na base da minha nuca até que eles ficaram macios e a escova ficou cheia de fios. Eu escovei meus dentes meticulosamente, duas vezes.
Então eu lavei meu rosto e passei água na minha nuca, que estava meio febril.
A sensação foi tão boa que eu também lavei meus braços, e finalmente eu resolvi desistir e ir para o chuveiro. Eu sabia que era ridículo tomar banho antes de ir nadar, mas eu precisava me acalmar, e água quente era uma forma confiável de fazer isso.
Além do mais, raspar as minhas pernas também parecia uma boa idéia.
Quando eu acabei, eu agarrei uma grande toalha na pia e a enrolei embaixo dos meus braços.
Ai eu dei de cara com um dilema que eu não havia considerado. O que eu ia usar? Não uma roupa de banho, lógico. Mas também parecia bobagem colocar as minhas roupas de novo. Eu nem quis saber das coisas que Alice tinha colocado na mala pra mim.
Minha respiração começou a acelerar de novo e minhas mãos tremeram – os efeitos calmantes de tomar banho já eram.
Eu comecei a me sentir meio tonta, aparentemente um ataque de pânico com força máxima se aproximava. Eu sentei no chão frio de azulejo com a minha toalha grande e coloquei a cabeça entre os joelhos. Eu rezei para que ele não decidisse vir me procurar antes que eu conseguisse me refazer. Eu podia imaginar o que ele ia pensar se me visse aos pedaços desse jeito. Não seria difícil ele se convencer que nós estávamos cometendo um erro.
Eu não estava pirando por achar que estávamos cometendo um erro. Nem um pouco. Eu estava pirando porque eu não tinha idéia de como fazer isso, e eu estava com medo de sair desse quarto e enfrentar o desconhecido.
Especialmente usando lingerie francesa. Eu sabia que não estava pronta pra isso ainda.
Isso era exatamente como ter que entrar num teatro cheio de gente sem ter a mínima noção de quais eram as minhas falas.
Como as pessoas faziam isso – engolir seus medos e confiar tão cegamente em alguém com todas as imperfeições e medos que ela tem – com tão menos do que o absoluto cometimento que Edward tinha me dado? Se não fosse Edward lá fora, se eu não soubesse com todas as células do meu corpo que eu o amo – incondicionalmente e irrevogavelmente, e honestamente, irracionalmente – eu nunca seria capaz de levantar desse chão.
Mas era Edward lá fora, então eu sussurrei as palavras “Não seja covarde” bem baixinho e cambaleei para ficar de pé. Eu prendi a toalha mais alto embaixo dos meus braços e marchei com determinação para fora do banheiro.
Passei pela mala cheia de laçinhos e pela enorme cama sem olhar para nenhum dos dois. Abri a porta de vidro e fui para a areia fina como talco.
Tudo estava preto e branco, tudo ficou sem cor por causa da lua. Eu caminhei lentamente pelo pó quentinho, parando ao lado da árvore curvada onde ele tinha deixado suas roupas. Eu pus minha mão no tronco ríspido e chequei minha respiração para ver se ela estava uniforme ou uniforme o suficiente.
Eu olhei através do mato baixo, no negro da escuridão, procurando por ele.
Não foi difícil encontrá-lo. Ele estava de pé, de costas pra mim, mergulhado até a cintura na água da meia noite, olhando para a lua oval.
A luz pálida da lua deixava sua pele numa perfeita cor branca, como a areia, como a própria lua, e deixava seu cabelo negro como o oceano. Ele estava imóvel, as palmas de suas mãos descansando na superfície da água; as ondas baixas se quebravam ao redor dele, como se ele fosse uma pedra. Eu olhei para as suaves linhas das costas dele, de seus ombros, seu pescoço, seu formato indefectível...
O fogo já não deixava mais rastros na minha pele – agora ele queimava lenta e profundamente; ele sumiu com a minha estranheza, minha tímida incerteza.
Eu deixei a toalha cair sem hesitar deixando-a na árvore com as roupas dele, e caminhei para a luz branca; isso também me fez ficar pálida como a areia branca.
Eu não conseguia ouviu os sons dos meus passos enquanto caminhava até a beira da água, mas eu imaginei que ele podia. Edward não se virou. Eu deixei as ondas gentis quebrarem aos meus pés, e descobri que ele estava certo sobre a temperatura – ela estava bem quentinha, como água de chuveiro. Eu entrei, caminhando cuidadosamente pelo chão invisível do oceano, mas a minha preocupação era desnecessária; a areia continuava perfeitamente suave, indo gentilmente na direção de Edward. Eu dei braçadas pela leve correnteza até estar ao lado dele, e então repousei minha mão gentilmente sobre a mão gelada dele que pairava sobre a água.
-Lindo - eu disse, olhando para a lua também.
-É bonita - ele disse, sem se impressionar. Ele virou lentamente pra me olhar; pequenas ondas acompanharam os movimentos dele e se quebravam na minha pele. Ele virou as mãos para cima para que pudéssemos uni-las embaixo da água. Estava quente suficiente para que a pele fria dele não causasse arrepios na minha.
- Mas eu não usaria a palavra linda - ele continuou. - Não com você bem aqui para fazer a comparação.
Eu dei um meio sorriso, então ergui a minha mão livre – agora ela não tremia
– e a coloquei sobre o coração dele. Branco sobre branco; nós combinamos, para variar. Ele estremeceu só um pouquinho com o meu toque. A respiração dele agora estava mais ríspida.
-Eu prometi que ia tentar - ele sussurrou, ficando tenso de repente. - Se... Se eu fizer algo errado, se eu te machucar, você precisa me dizer imediatamente.
Eu fiz um aceno solene com a cabeça, mantendo meus olhos grudados nos dele. Eu dei um passo à frente nas ondas e deitei minha cabeça no peito dele.
- Não tenha medo - eu murmurei. - Nós fomos feitos para ficar juntos.
De repente eu fiquei abismada pela veracidade das minhas próprias palavras.
Esse momento era tão perfeito, tão correto, que não havia nenhuma dúvida disso. Os braços dele me cercaram, me segurando contra ele, éramos como inverno e verão. Parecia que todas as terminações nervosas do meu corpo eram fios elétricos.
- Para sempre - ele concordou, e então nos puxou gentilmente mais para dentro na água.

2 medos:

Carollinie disse...

Essa é a Ilha aqui no Brasil???

Chiara Junqueira´ disse...

Sim, essa ilha se encontra no RIO DE JANEIRO (: ---> Realmente espetacular pelo que se fala no livro,e fico imaginando as cenas ! Estou á espera dos filmes *--*