E de repente nosso olhar se cruzou. Não era algo que eu esperava que acontecesse, mas ele foi educado e se abaixou para pegar os livros que derubou depois que seu braço esbarrou neles sobre a bancada da Starbucks enquanto pagava a conta.
Apenas me lembrava que estava brava, com pressa e tentava memorizar um trabalho chato sobre A Revolução Francesa e me abaixar e puxar os livros em minha direção sussurrando o quanto odiava minha vida e tal.
Mas então aconteceu. Esqueci o tempo, o meu café sobre a bancada, o meu trabalho idiota e me foquei naqueles olhos que me fitavam, azuis claros com um sorriso torto me estendendo um dos meus livros. Percebi o quanto estranha estava sendo quando ele se levantou e me estendeu um guardanapo de papel e me indicou o canto da boca. Não podia acreditar que estava babando enquanto o encarava!
Limpei o canto da boca e peguei um dos meus livros que estava sobre a bancada ao lado dele e agradeci. Estava tão embasbaca que esqueci o que tinha de fazer a seguir, que claro, incluia pega ro café e correr até a Faculdade de História do outro lado da cidade.
- Obrigado! - disse mais uma vez olhando para o chão
- Sem problemas! - respondeu ele se sentando em frente aos bolos decorados. - Eu que tenho de me desculpar eplos seus livros e pela sua blusa.
- Minha blusa...? - questionei sem entender quando ele tomava café.
- Caiu café nela. - contou apontando para a minha blusa - Você acabou derrubando ao abaixar para pegar os livros que eu derrubei.
Foi então que senti algo pegajoso sobre a pele, algo quente e me lembrei de como estava atrasada para a apresentação do meu trabalho.
- Droga! - bradei pegando mais guarnapos na tentativa inutil de limpá-la - Não acredito nisso. Justo agora!
Tive vontade de gritar com o ele. Porque se ele fosse mais observador, teria visto meus livros ao seualdo e não os derrubaria ao ponto de me fazer manchar minha blusa com café e perder minha apresentação que vale a metade da nota do semestre. Droga de cara com olhos azuis perfeitos!