O sol ainda nem tinha aparecido quando cheguei a frente do ginásio naquela gélida manhã de domingo. Toda encapotada em um moletom qualquer, com meu Ipod no ouvido entrei na quadra de vôlei onde encontrei mais onze garotas sentadas na arquibancada papeando e fazendo os exercícios diários. Joguei minha bolsa de treino na frente da arquibancada colocando a touca da blusa na cabeça. Seria mais um lindo dia de treinos chatos aos berros de um portunhol horroroso do técnico.
- Bruna! – berrou o técnico no meio da quadra quando dei as costas a ela – Mi santo ‘deu’ Bruna, ès lá quinta veze que tu llega atrasada essa semana.
- E? – perguntei sarcasticamente retirando os fones do ouvido.
- I? – questionei batendo a prancheta na perna – No me vengas com i. Tu sabes que solo pueden começar lo juego com todas las ninas.
Bufei colocando as mãos na cintura tentando não ouvir nada que ele falava. Pude ouvir a cima de mim alguns bochicos e risadinhas falsas quando o técnico voltou a falar. Me virei para ver quem era. Só podia ser ele, Marina dos Angeles, a poia argentina que se mudou para cá uns 3 anos atrás trazendo consigo uma cabeleira oxigenada lisa e uma magreza absurda. Ela acenou pra mim falsamente quando a encarei morrendo de vontade de torcer aquele pescoço matusquelo. Me sentei no primeiro degrau da arquibancada olhando para minha mãos enquanto o técnico cuspia tentando falar.
- Entendes Bruna? – perguntou ele ao final.
- Si. – respondi retirando a touca da cabeça.
Retirei o moletom ali mesmo, tendo de ficar com aquele uniforme ridículo de ‘jogadora feliz da vida de vôlei’. Me arrastei para o centro da quadra onde dois times já haviam se formado, ouvindo técnico gritar sobre minha lerdeza. Posicionei-me no meio como de costume quando me empurraram me fazendo cair em cima da garota ao meu lado. Olhei dos pés a cabeça aquela fuleirinha que estava balangando no meu lugar. Respirei fundo pensando em mil maneiras de tosquiar aqueles fios loiros oxigenados. Empurrei-a quando passei por ela, fazendo-a dar de cara com a rede enquanto gritava.
Fiz um sinal de ‘vem pra cima’ quando ela me encarou bufando nervosa. Ela correu até mim com as mãos em forma de garras prestes a grudar nos meus cabelos. Segurei suas mãos antes que ela encostasse em mim, sentindo o joelho dela na minha barriga e uma dor aparecendo. Soltei-a abraçando minha barriga de dor vendo ela se virar jogando cabelo para trás. Gritei de raiva pulando em cima dela. Nós duas nos estabacamos batendo uma na outra sem dó.
- Su brasileña loca! – berrou ela cuspindo na minha cara.
- Parem! – gritou o técnico
- Como eu tenho orgulho de ser brasileira. – bradei virando uma em seu rosto – Orgulho de surrar vocês argentinos!
Senti duas mãos envolverem minha cintura me puxando para longe de Marina e outras duas garotas levantando-a bem descabelada. Tentei inutilmente me soltar das mãos que me seguravam.
- Ustedes piensan lo que? – questionou o técnico entrando no nosso meio – Que esto és um ringue de lucha?
As mãos me soltaram e eu pude me arrumar suspirando de raiva. O técnico me dera às costas voltando-se para marina, sua ‘querida’ filha, que fazia cara de choro. Dei às costas para todas as garotas colocando minha bolsa no outro e pondo os fones de volta no ouvido.
- Vuelve ya aquí Bruna! – mandou o técnico.
- Deja essa doida ir. – disse Marina.
Parei. Olhei para o chão com a maior vontade voltar lá e bater novamente nela. Virei-me de vagar para ela. Mostrei o dedo do meio para ela fazendo careta. Continuei andando para a saída.
- Morfética oxigenada. – sussurrei passando pelo portão de entrada.
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Sei que esse não foi um bom de exemplo de como se pode ter orgulho de ser brasileira, mas foi a única coisa 'descente' que pensei.
sábado, 12 de setembro de 2009
Brasil x Argentina
sonhado por: Chris às 21:59
Marca pagina: contos mal feitos, eu ganhei (por pura sorte), Once upon a time
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8 medos:
Eu adorei o texto! ai como eu queria fazer isso em alguém, bater e bater e bater kk ok parei.
Ta otimo o texto amor, e acho que os argentinos tenque apanhar mesmo, to de brinks.
Beijos :*
Oie....texto bem legal
"- Como eu tenho orgulho de ser brasileira. – bradei virando uma em seu rosto – Orgulho de surrar vocês argentinos!"
uhuh adorei tbm adoro encher o saco dos argentinos..
bjim
Adorei o texto haha
ADOREI! uashuashaushuahs Briga de brasileiro com argentino sempre é boa e, claro, é melhor porque a gente sempre "bate" neles, em todos os sentidos.
Bjooss
Eu gostei. Com certeza vai ser o texto mais diferente para esse tema. Não pensei em nada senão uma dissertação patriótica e clichê.
Adorei o portunhol ;D
HAHAHA, engraçado :3 espero que nenhum trecho tenha sido inspirado ne realidade (:
HAUHUASUAHA!
Ficou engraçado, hehe.
Sempre existiu, né, essa rivalidade entre argentinos e brasileiros?
Como isso começou, hein?
;*
Apoiado!! Não tenho nada contra aArgentina, mas tudo contra os argentinos. São folgados, arrogantes, e metidos a espertos , mas só se ferram.
Abraço!
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