·

Posso confessar uma coisa?
Amo todos vocês que leem, que acompanham meu blog e que o seguem.
Obrigado aos 206 seguidores pelo apoio que dão ao meu primeiro projeto!
Quatro anos de felicidade!!!




segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nem se fosse verdade

Meus olhos não estavam prontos para serem abertos, mas alguém insistia em me sacolejar daquele jeito tão grosseiro. Assim que eu resolvesse acordar de vez essa pessoa escutaria horrores de mim, onde já se vi acordar alguém desse modo?

Lutando contra meus instintos me sentei no que eu achava ser minha cama, passando a mão nos cabelos (que estranhamente estavam cumpridos) para retirá-los do rosto. Olhei a minha volta e não pude reconhecer nada. E pude jurar que tinha dormido no meu quarto noite passada, mas não há nada aqui que me faça crer que ainda estou nele. Isso aqui é um cubículo com um sofá!
Não havia mais ninguém perto de mim. Devia ter ido embora depois de me acordar. Abri a porta lentamente esperando que alguma alma viesse me dizer onde eu estava. Havia centenas de pessoas de ternos pretos feios parados do lado de fora em um enorme corredor. Um deles passou por mim com cabideiro gigantesco que carregava vestidos deslumbrantes, sem falar das calças.
"Quer escolher sua roupa para essa noite, senhorita Montes?" me perguntou o senhor.
Minha roupa? Para esta noite? Não me lembro de ter marcado algo para essa noite.
"Fui informado de que a senhorita gosta de estar pronta com muita antecedência" continuou ele a falar enquanto eu passava a mão nas roupas para sentir o tecido. Parecia seda.
"Er, exatamente para que tenho de aprontar?" perguntei sem olhá-lo
Senti meu rosto ficar vermelho enquanto ele me encarava sem saber o que dizer. O quê, meu fora foi tão grande assim?
"Ninguém me informou que a senhorita sofre de perda de memória ou letargia congênita" sussurrou ele.
Perdi minha memória? Letargia congênita? Do que ele estava falando? Não devo estar parecendo tão débil mental assim (Tirando o fato de que estou usando pijama em um lugar totalmente desconhecido).
"Senhorita Montes, a sua maquiagem" informou uma mulher ao parar em frente a porta com uma maleta prateada.
A coisa está ficando cada vez melhor e esquisita.
Respirei fundo tentando absorver alguma coisa. Bati a porta na cara deles. Berrei o mais alto que consegui e abri a porta de novo.
"Está tudo bem" disse quando eles me olharam com terror estampados em seus rostos. "Hmm, a roupa..." Olhei tudo que havia ali em menos de cinco minutos, escolhendo um vestido, na cor bronze, tomara-que-caia na altura dos joelhos. "Pode ir" pedi fazendo um gesto de cai-fora.
Pedi para senhora entrar e sentar-se enquanto eu fechava a porta com o vestido pendurado no ombro. Olhei-a nervosa. Se alguém me daria as respostas seria ela.
"A senhora poderia me lembrar o que estamos fazendo aqui?" perguntei me sentando ao lado dela encarando-a.
"Bom, viemos para fazer o mesmo show de sempre" respondeu ela.
Show? Será que ela não podia ser mais específica?
"Show. Que tipo de show?"
"Ora, aquele em que a senhorita canta e dança enquanto milhares de adolescentes se esperneiam na platéia".
Cantar e dançar? Pelo amor de Deus! Eu nem sei cantar as músicas da Xuxa sem desafiar e errar a letra, imagine dançar.
"É melhor começar logo. Já está atrasada" avisou a senhora saindo do cubículo.
Tenho duas teorias para isso. Ou fui raptada para pagar o maior mico na frente de centenas de pessoas ou fiquei famosa da noite para o dia. Prefiro a primeira opção.
Me arrumei em bem pouco tempo. Usei a maquiagem que havia dentro da maleta prateada e nem sei como ficou. E ainda falta o sapato. Bateram na porta. Quando abri não havia nada ali além de um par de botas de cawboy vermelha. Mas o que é isso? Esse vestido nunca vai combinar com essas botas, ficaria horroroso.
"Cinco minutos" gritou alguém no lado de fora.
O.k. Respirei fundo, não deve ser tão ruim assim. Abri a porta e sai para o corredor enquanto chaqualava meus braços. Quatro daqueles caras com ternos pretos feios me seguiram até o final do corredor onde me colocaram dentro de um elevador e me desejaram boa-sorte. Eu ia precisar.
O elevador parou em um baque. Eu podia ouvir a gritaria perto. Gritavam meu nome. Havia uma cortina em minha frente que aprecia uma passagem para o palco. Me entregaram um microfone e começaram a contar.
"Em 3,2,1..."
Uma luz ofuscante ascendeu atras da cortina.
O que eu tinha de fazer? De repente uma música começou a a tocar. Eu a conhecia e sabia que eu não a cantava. Podia ouvir meu nome mais alto desta vez.
"Nick!,Nick!,Nick!"
A cortina caiu me deixando ver uma multidão de adolescentes a minha frente. E lá na frente do palco eu podia ver ele. A música era dele, do Jessé (McCartney). Comecei a andar até ele parecendo a mais normal possível, afinal eu amo o Jessé e a música que estava tocando.
Então eu tomei coragem. Vi a mão dele esticada na minha direção, abri a boca para cantar, tropecei e dei de cara com o chão.
Tudo ficou escuro. A música sumiu. Mas alguém ainda gritava meu nome. Era minha mãe.
Abri meus olhos e me escontrei no chão enrolada no meu cobertor, com uma foto do Jessé na minha frente, com meu Mp4 ao lado.
"The best day of my life" sussurrei desligando o mp4

3 medos:

gcavalcanti disse...

Adorei ;)

J. disse...

Nossaa muito bom o texto. 15 minutos de fama.
hahahaha Amei.
bjbj
J.

Anne disse...

Olá, amei o seu blog *--*'
eu tbm amo a Taylor Swift , to viciada na música : You Belong With Me
me adc : summer.girl14@hotmail.com
venha o meu e comente :http://f-always.blogspot.com/2009/07/e-o-futuro-permanece-ali.html

sua opinião é muito importante para mim !
beijos ;*