A lua já havia se instalado no céu aquela hora. Nenhuma nuvem estava vista escondendo as estrelas. As luzes das casas no fim da rua se ascenderam. Ali parada na calçada a frente da minha casa com aquele vestido perfeito para essa noite abri minha bolsa pegando um mini-espelho para ter certeza de que tudo estava o.k. Havia meses que eu desesperadamente esperava que Mauricio me pedisse em casamento. Logo, eu, Marina Soares me tornaria a senhora Ferreira. Vi o carro dele virar a esquina e parar na minha frente. Abri um sorriso quando a porta se abriu pelo lado de dentro me deixando vê-lo. Estava lindo como sempre. Entrei no carro e fomos para o restaurante mais romântico da cidade. Então seria servido champigne, lagosta e quando tudo parecesse o momento perfeito, ele sorriria e diria as palavras mágicas...
- Você não é a pessoa certa pra mim.
Claro que essas não seriam as palavras, devo ter escutado errado. Examinei a mesa em busca da famosa caixinha preta que guardava o anel cravejado de diamantes, mas não havia nada além do arranjo de flores, as nossas taças e o balde de gelo com a garrafa. Não podia acreditar que aquelas palavras eram verdadeiras e faziam um estrago estrondoso dentro de mim. Respirei fundo analisando a situação que me deixava envergonhada por estar com aquele vestido carrésimo, desconfortável e de uma cor horrorosa esperando dizer sim e de repente meu sonho desmorona.
Me levantei da mesa tentando me manter calma. Tentei dizer algo impróprio para crianças escutarem, mas nada saiu de dentro de mim. Dei as costas e me retirei do restaurante sentindo meu rosto aquecer um rubor tomar conta dele enquanto meus olhos ficavam marejados. A brisa da noite me envolveu quando sai. Me sentia uma verdadeira idiota com tudo isso. Eu iria embora a pé com um salto enorme, chorando e fungando e estaria tudo bem quando alguns rostos na rua estranhassem ao ver a maquiagem do meu rosto ser levada por uma onda de lagrimas e ficassem se perguntando o que aconteceu. pegeui meu celular e liguei para a única pessoa que me entenderia e atenderia a uma hora dessas. Talvez ele não esperasse me ouvir chorando e sim gritando depois que eu passara um semana falando sobre o que aconteceria hoje.
- Ele não me ama - bradei ao ouvir a voz do meu fiel amigo - E não vai adiantar você dizer "eu te avisei"! -0 completei passando a mão no nariz
Me sentei em um banco de praça que estava vazia me dando a liberdade de gritar se quisesse. Bruno estava mudo no telefone. Será que eu o assustei? Ali sentada pude ver a copa das árvores se mexerem com o vento e os pontos de luz brilhando no céu. Meu coração estava pequeno no peito e meus olhos não paravam de soltar as lagrimas. Funguei me encolhendo no banco tentando pensar em coisas melhores. Não adiantava.
- Como você se sente? - perguntou a voz fraca de Bruno
- Hm, parece que morri e me jogaram em uma dimensão paralela - murmurei limpando o rosto
- Então a morte é assim? Não me parece escura. - riu ele
Era incrível que ele fosse a única pessoa capaz de me fazer rir quando o mundo parece desmoronar a minha volta. Algumas pessoas passaram a minha frente de bicicleta rindo. Isso era contagiante. As lagrimas finalmente cessaram. Tirei as sandálias do pé voltando a caminhar até minha casa. Mesmo me sentindo um lixo sabia que podia contar com Bruno.
4 medos:
Tá certíssima. Mesmo quando todos os sonhos desmorronam, sempre é possível contar com um amigo verdadeiro.
Legal o texto, apesar de que eu não tenho concordado em alguns pontos. A personagem me pareceu um pouco fraca pra lidar com situações adversar, não sei.
Mas infelizmente é assim que a maioria das pessoas se comporta num caso desses
enfim, parabéns :)
É verdade, a gente sempre pode contar com um amigo verdadeiro e é bom saber disso. Texto muito bom.
Bjooss
Muito bom.Muito bom mesmo :D
*O*' gostou só por causa da foto dá sel e da demi [/brincadeira
O texto está maravilhoso , vs deveria escrever o livro e eu serei a 1ª a comprar :)'
beijos ;*
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