
Quin havia feito de novo. Espalhara seu veneno por toda a escola. Fez com que rissem, que cochichassem e que apontassem para mim ao verem aqueles panfletos cor-de-rosa espalhados por todo o corredor. Ela me humilhou mais uma vez.
Entrei no banheiro e me olhei no espelho. Aquela não era eu. Não costumava chorar e fugir dos problemas. Sentei-me em uma das privadas batucando os pés no chão enquanto enxugava as lagrimas com o dorso das mãos. Apenas eu sabia o que tinha acontecido no acampamento aquele verão. Eu e mais ninguém.
Fechei a porta me encolhendo sobre a privada abraçando meus joelhos. Quin estava errada, eu nunca havia dado uns amaços em Mikey na cabana de pesca durante a fogueira de historias. Funguei tentando me concentrar, querendo me lembrar exatamente daquele dia e o que tinha acontecido para não começar a acreditar no que ela escrevera nos cartazes.
Aquele era o mesmo acampamento de sempre. O mesmo de dez anos atrás. Foi nesse acampamento à beira da represa que conheci Mikey quando tínhamos oito anos, enquanto ele jogava pedras na água em cima do píer.
Sai do carro respirando fundo, carregando comigo a mesma mala amarelo berrante com compartimentos secretos para os chocolates da meia-noite. Depois de me despedir da minha carinhosa e cabeça-dura mãe, caminhei até a mesma cabana que dividia com Mikey todos esses anos.
Abri a porta encontrando tudo como tinha deixado, até mesmo o chiclete grudado ao lado da cômoda. Joguei minha mala sobre a cama e fui procurar Mikey, que já deveria ter chegado. Isso explicava a mala azul sobre a cama dele.
Indo em direção ao píer na beira da represa avistei Mikey jogando pedras, com um boné de beisebol cobrindo seus olhos sob uma franja jogada de lado.
- Azulzinho? – chamei subindo no píer – Chegou cedo. – disse enfiando minhas mãos nos bolsos da blusa ao me aproximar e ver seu rosto triste – O que aconteceu Mikey?
Ele me encarou com aqueles olhos cor de mel e me deu as costas.
- Sara, preciso te contar algo que estou escondendo desde o último acampamento. – disse ele ao se sentar atirando outra pedra. – Eu sou gay.
Não disse nada. Fiquei ali um bom tempo vendo-o jogar as pedras na água. Quando começou a entardecer e os monitores nos chamavam ele me fez prometer que não contaria a ninguém, porque ele estava apaixonado por Lucas, o zagueiro do time de futebol da escola, até então namorado de Quin. E eu não podia revelar isso agora apenas para desmentir Quin.
Levantei-me e sai do banheiro ainda com o rosto quente, com as mãos nos bolsos na blusa. Para qualquer efeito eu havia realmente ficado com Mikey na cabana de pescas na noite da fogueira de historias durante o acampamento de verão e me orgulhava disso, porque eu simplemsnete não posso parar com isso agora.
(O que REALMENTE aconteceu naquele verão maluco - entre ele e eu)
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Em cinza trecho da música "Alice" da Avril Lavigne.
10 medos:
nossa Chris, que perfeito!
amei demais.
liindo Chris (: muito bom msm .
o ruim do caprichofic é que são só 500 palavras. Não dá de fazer .-.
adorei o texto, a foto e o novo lay *-*
Já disse e repito que eu adoro os seus textos, notei hoje que ainda não estava te seguindo, OMG, cliquei em 'seguir' na hora!
aadooorei, o lay ta liindo tbm amiiga
beijoos' *-*
Você mandou esse texto pro CaprichoFic amiga? Adorei. Eu participei da outra edição mas não fui escolhida ): Achei tão lindo o texto, claro como todos os outros que você escreve. Arrazando sempre e obrigada por sempre está la no meu blog. Adoro sua visita.
xx
só por ter a musica da Avril já me fez amar o texto :D hihihi escreves muito bem :D
Adorei teu conto.
Ficou difrente, original e super tri!
Eu também to participando,
mas até agora nada criativo veio a minha cabeça para o novo tema =/
Beijo
Muito bom, (:
Adorei.
QUERO POST NOOOOOOOOOVO *-*
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